terça-feira, 20 de março de 2012

liderança

O anonimato da liderança


O anonimato é desprestigioso e o é ainda mais quando acontece no exercício da liderança. Nenhum líder deseja liderar sem a glória do reconhecimento. Todavia, os líderes que gostam dos holofotes estão comumente aquém do que se dizem fazer, e muitos não conseguem vencer a tentação de ser relevante, evidenciando o seu eu muito mais do que suas próprias ações e, por isto, fracassam antes do tempo.
O líder que foge do anonimato por iniciativa própria revela um sério desvio ético em sua conduta e costuma trair a si mesmo por não ser fiel ao exercício da sua própria liderança. Quando o líder imagina que ele é maior do que o que ele faz, é porque o que ele faz não é forte o suficiente para ser notado. Daí a necessidade de propagandas, programas e mídia, pois “se o que eu faço não é bom o suficiente para que a minha liderança seja percebida, preciso de um marketing pessoal para aparecer”. Tudo isto porque ninguém gosta do anonimato. E ninguém gosta do anonimato exatamente porque lá o que se faz não se divulga, é anônimo!
O anonimato é para quem ama o que faz e o faz sem barganhas. Faz porque compreende a sua missão neste mundo. Faz na sombra porque sabe que os aplausos não são a consequência do seu feito. Faz sem holofotes porque as luzes não são a sua glória. Faz sem estruturas, medo, políticas, sem trocas, faz até mesmo sem nada porque quem faz no anonimato faz sem adereços e faz em qualquer lugar.
De fato, o anonimato não é para qualquer um. No entanto, a liderança extravagante serve para muitos, e muitos que dificilmente irão entender que a verdadeira liderança não tem nada a ver com exposição na mídia ou espaços conquistados, e muito menos com projetos inacabados.
É preciso voltar com urgência ao agir simples de uma liderança que não deseja os primeiros lugares, os melhores ambientes, as maiores recompensas. É preciso encontrar líderes em fidelidade ao que lhes foi proposto. Que são capazes de fazer o que fazem em qualquer circunstância ou espaço. É preciso sair à rua, como bem lembrou o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa. Tem muito líder que só está na mídia. Não entendeu ainda que é preciso estar no meio do povo. E, no meio do povo, os bons fazem a diferença e o anonimato é apenas um detalhe.
A característica mais marcante das pessoas que realmente conseguem resultados efetivos é o estabelecimento de metas. Estas pessoas têm claro onde querem chegar. Seus objetivos de curto prazo são mensuráveis e os de longo prazo são claros e específicos.
Mas o que torna tão importante trabalhar com metas bem estabelecidas? Qual é a força que isto pode ter para se conseguir resultados efetivos?
Não é difícil compreender a importância de se saber onde se quer chegar: muitas pessoas são extremamente dedicadas no seu dia-a-dia; vivem se sacrificando e à própria família; fazem tudo com a máxima qualidade; entretanto, não raramente reclamam por não estarem sentindo que estão evoluindo. Na maioria das vezes, isto ocorre porque elas não sabem para onde querem evoluir. Como não sabem a direção a ser tomada, acabam desperdiçando esforços para todos os lados, não conseguindo priorizar ações.
Uma pesquisa realizada na década de oitenta com atletas norte-americanos mostrou um aspecto interessante a respeito do assunto que estamos tratando:
Dez atletas saltaram uma vara que se encontrava na altura limite que cada um costumava atingir. Dos dez saltos, oito foram bem sucedidos; dois fracassaram. Em um outro dia e nas mesmas condições, foi solicitado que estes dez atletas saltassem novamente. Deveriam saltar da melhor maneira possível, visando superar a marca anterior. Porém, existia agora uma diferença: não foi colocado nenhuma vara para definir a altura. Ao invés disto, sensores detectavam a altura atingida. Desta vez, o resultado foi contrário ao da etapa anterior: apenas dois obtiveram êxito; oito fracassaram. Qual é a diferença entre as duas situações? O que fez com que os resultados fossem tão diferentes? A diferença significativa foi que na segunda etapa, os atletas, por mais que se esforçassem, não tinham seus objetivos claramente definidos.
Se a persistência foi considerada o combustível das pessoas que alcançam êxito, sem dúvida as metas são os seus motores. Quando se tem uma verdadeira meta, esta faz com que tenhamos ânimo para vencermos as maiores adversidades.
Convém destacarmos que, para se ter realmente uma meta poderosa, é preciso lembrar de alguns ingredientes:
M: mensuráveis - se você não puder medir o resultado, como saberá se conseguiu ou não atingir seu alvo? “Ter o máximo de clientes possíveis” não é uma meta, afinal, quanto representa o máximo? Se você considerar isto como meta, qualquer valor que atingir vai achar que este é o máximo…
E: específica - mais uma vez, deixar o mais claro possível onde se quer chegar nos ajuda a descobrir o caminho e concentrar nossos esforços. Dizer “vou ter um computador” é bem menos potente do que dizer “terei um pentiun III, de 500mtz e monitor de 17 polegadas”. Cuidado se definir uma meta como o primeiro exemplo poderá receber um 286…
T: temporal - outra arma poderosa no estabelecimento de metas é o prazo para se atingi-las. Não estabelecer um prazo não ajuda a nos organizarmos e geralmente se leva mais tempo do que o necessário para se atingir a meta. Afinal, se não tivermos prazo teremos a vida toda para tentarmos…
A: atingível - a meta precisa ser algo tangível. Estabelecer que vou visitar marte até o meu próximo aniversário certamente não me motivará buscaras formas de se realizar tal sonho. Por outro lado, estabelecer uma meta que não seja desafiante também não mobiliza esforços para atingi-la. A meta deve ter um significado pessoal. Algo que realmente faça com que você levante da cama de manhã com “pique” para trilhar mais uma etapa do caminho que te aproxima de sua realização.
“Não há ventos favoráveis para quem não sabe onde quer chegar”.

rv//rci//2012

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